segunda-feira, 10 de março de 2008

complicado...

Se me tocas, arrefeço-me...
se murmuras palavras doces, estremeço-me.
Mas que sensação é essa, que embarga e anula
minhas vontades, fazendo alarde e em mim pulula?
Se miro teu olhar, o que salta,
são límpidas e cristalinas visagens...
projetos de viagens,
que nem sequer passeavam pela minha mente.
Se quero fugir de ti, me prendo.
Se me abraças, me rendo.
Mas meu Deus, porque isso faz-se assim?
Invadiste meu corpo, tocaste minha alma,
e teu todo fez-se em mim, mais que afim.

Quando será que vou reagir?
Quando será que tua falta, deixará de existir?

Se sorrio, vem-me tua alegria.
Se choro, vem-me teu carinho.
Se vejo-me só, somente vislumbro-me,
adentrando-me em teu caminho.
Sei lá se sou hoje parte de um ser,
ou se deixei de ter fé no amanhã...
não sei explicar esse respirar com afã,
pois que nunca nada me fez agir dessa maneira,
passos trôpegos, pensando asneiras,
sem coragem de virar o jogo,
fugir do que se faz fogo,
e ser-me, por que sei do que sou capaz...

Mas espera...
talvez haja um último encontro.
Num cintilante ponto
onde o no entanto, faça-se encanto,
e quem sabe...

Mas deixa estar...
nada em mim alimente,
não faças que em mim aumente
o que já imenso se faz...

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