quinta-feira, 27 de março de 2008

Falsa Realidade

Se por acaso não me ouvires mais,
tente buscar minha voz na escuridão
fria do abismo cheio de cinzais;
Ou quem sabe, nas profundezas
de um mar revolto de indignação,
que afoga todas as belezas
que teimam em brilhar na solidão.
Busque talvez, na noite fria e calada
que morre com o açoite dos ventos
ou na quietude fugaz da madrugada,
rainha poderosa dos lamentos.
Quem sabe o tristonho pôr-do-sol
indique com seus raios de "clareza"
onde é que canta o rouxinol,
sua exausta angústia e tristeza.
Se teimares em querer me ouvir,
não te canses na longa procura;
deixe o sentimento d'alma fluir,
terás sorte se houver doçura
no meio das asas, que já não voam
em busca de um porto seguro...
Os meus trinares apenas ressoam
fracassadas revoadas rumo ao futuro.

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