terça-feira, 10 de março de 2009

As Mãos!

As mãos! Ah, estas mãos! Elas, que turvas,
apelam pela luz. Romper redoma;
a que, na escuridão, o corpo, curvas,
circunda, em prisão, abate e o doma.

Cristal envelhecido, já em desgaste,
na luta com meu ser calcificado,
envolve minhas tiras, estas hastes
que tentam meu resgate, aos bocados.

Trincado que eu espero me apareça,
a porta que me salve, traga a luz,
reflexo, com seu brilho que me aqueça...

Do sol, o amarelo, o que conduz,
me aqueça, em carinho, a cabeça,
o corpo, que exangue, largue a cruz!

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