terça-feira, 10 de março de 2009

ENTRE O NASCER E O PÔR-DO-SOL

No fulgor da idade, de um amor sem
restrições, lado a lado com a natureza,
tudo é viço e extrema beleza.


Um candeeiro de sala, lembra a casa,
projectando sombras de árvores, que,
de par em par, abrem-se à generosidade,
do casal em toda sua sensual entrega.


Corpos nus, dissimulando-se entre folhas,
num contacto permanente, entre o jovial
e a seriedade, entregam-se aos caprichos,
que o desejo não contém, atiçando a libido.


E ali, por entre a folhagem, sempre rica,
num longo beijo, pele com pele se unem,
deitando todo o seu prazer, entre a erva
que cresce, acatando a nudez dos amantes.


Senhor do tempo, a idade, vem devagar, e,
sem que o saibamos, não raras as vezes,
ficamos sós. E onde antes, uma bela floresta
crescia, nada mais resta, que a desolação.


Lancinante grito, corpo envelhecido, cabelo
desalinhado, olhos perdidos no vago, de uma
juventude, que te perdeu a mão, de pouco
te serve uma esperança, que não volta mais.

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