segunda-feira, 9 de março de 2009

Maria Mulher

Maria, Maria nos olhos vivos que geram a vida,

semblante colorido das raças sem cores,

partos sem dores carregando o prazer de gerar,

no ventre, embala a paz que canta um mundo livre das dores

e carrega os sonhos que dão sentido ao que não deixa passar.





Maria, Maria no som que sai das bocas famintas,

mães ou filhas, mulheres que não fogem à lida,

na luta, a garra desperta como fera em defesa da cria,

enquanto seu canto encanta o mundo no aconchego único

do colo que acolhe aos filhos paridos dos sonhos em partilha.





Maria, Maria que pluraliza em si mesma o amor,

alimenta a fé nutrida no ato simples de ser o que é,

carrega em si o estigma de ser por si acentuando doação

lavrando a luta nas batalhas que nem sempre quer,

traz as próprias mãos como vitória de nunca render-se aos não(s).





Maria, Maria no sonho lúdico de recriar a criação,

terno aconchego, abraço perfeito, amor sem emendas,

faz de si a verdade das muitas mentiras que o mundo lhe dá,

recobra seus passos nos caminhos escondidos que quer encontrar

e conquista o nome revertido em amor que seu sexo passa a chamar.





Maria, Maria mulher, menina, guerreira, paz,

é Maria parindo a vida mesmo onde a morte quer caminhar,

germina doce mas sem deixar a luta passar

pois busca sempre a vitória e novos horizontes

no espírito mulher que toda Maria há de chamar.

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