segunda-feira, 2 de março de 2009

Meu Desamparo

Esta sombra, que negra, tinge os meus olhos

Escurece tudo ao derredor, em tintas de noite

Pesa sobre minha face já em peia, no açoite

Chispa inclemente, qual o mar em abrolhos



O negro que me atormenta impiedoso, cruel

Clama por piedade ao clarão da cheia lua

Eu me vejo em desamparo, encolhida e nua

No rasgar de minhas vestes, atiradas ao léu



Encolho célere o corpo suado e desprotegido

Inda sabendo que o entorno é de total vazio

Tento lutar, em concha, por meus laços e brio

atingidos pela negritude do meu ser ferido



A noite me desampara, me aflige a tira escura

Nega-me a lua à luz que, esplendorosa, cheia,

Guarda em círculos concêntricos, qual u´a teia,

Resguardando para si os brilhos, em usura ...

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