domingo, 29 de março de 2009

Meu sonho de hoje

O meu sonho não era um dia de sol,

não como gelo que acumula na cordilheira,

nem morno como a água que corre lenta o corpo

ou os suicidas que dizem adeus à vida.





Não preciso da lua para viver,

quero falar d'outro dia, da fome,

dos homens que fecharam o caminho,

dos deuses que não me deram coração.





Condenem-me por não estar vivo,

por ser naturalmente sentimental,

aos que me odeiam, não peço que me amem,

não quero transformar o mundo pra meu prazer.





Vou escrever a fogo no azul do céu de ontem,

quero que me leia quando amanhecer,

não sinto falta da juventude que me roubaram,

nem o peso dos anos que deixei de amar.





Talvez um dia saberei a sensação de voar,

caminhar em nuvens dos sonhos de criança,

cravar no coração um amor que não me roubem,

plantar e colher sementes de tudo que aprendi.





Quando o sol baixar perto da noite, quero amor,

um corpo quente que me acolhe dentro,

uma boca que me beija com gosto de paixão,

algumas palavras de carinho pra chegar o sono.

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