domingo, 29 de março de 2009

Minha morte

Um dia o inferno brotou da terra,

as labaredas subiram as árvores, os corpos,

derrubaram torres, perdoaram pecadores

e libertaram os falsos inocentes.





Antes da noite tingiram as rosas de negro,

o céu desapareceu depois das nuvens,

nada tinha vida, somente lembranças,

enquanto nas ruas fervilhavam os nus.





Penduraram estrelas em postes de luz,

nada era de verdade, a não ser a morte,

esta caminhava a passos lentos,

numa mão uma flor, noutra, sua foice.





Meu corpo parecia transfigurado,

minha alma estava sozinha,

queimaram meus sonhos em praça publica,

no discurso ainda falaram de glória.





Ouço ainda gritos da multidão,

nas bocas não existiam sorrisos,

as chamas apareciam do nada,

uma palavra contra e a morte estava perto.





Em meio ao medo meu silêncio tortura,

neguei ser intruso noutras vidas,

depois do prazer não sei o que vem,

não sei viver assim, não sem o amor que tenho.





Que caia do céu as tempestades dos deuses,

morte aos infiéis, é o que deveriam cantar,

amanhã não terei vida, não terei pecados,

solitário, meu corpo ficará exposto ao mundo.

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