quinta-feira, 26 de março de 2009

NA VIDA OU NA MORTE… MEU AMOR

Ah, podeis fugir, senhora, negar-se
a meus impulsos e desejos;
tratar-me como a um desconhecido,
simples vagabundo sem norte;
sem casa nem amparo, coração ferido,
meu algoz, que julgava distante.


E se quereis, meus versos, senhora,
jogá-los à fogueira, dos infernos;
escarnecer de mim, do meu amor,
por si, deixado em cada um deles;
saberei calar minha insignificância,
perante sua grandeza, que venero.


Que eu saberei procurar o maléfico
passado, onde vós, minha senhora,
se passardes por mim, podereis
chamar-me de desgraçado, e, num
altruísmo, sem par, ao chão jogar,
uma côdea de pão, por sua excelência.


Ficai no entanto, sabedora de uma
coisa, senhora, meu amor por si,
é tão real hoje como ontem. Assim,
se virdes em minha lapela, uma rosa
branca, eis que, essa é a minha mais
genuína forma, de tê-la sem ofensa.


Porque, sem si, senhora, é para mim,
morrer em vida, onde mais nada terá
significado, que não a própria morte.
Pois que, assim sendo, esta me leve,
na mais das profundas pobrezas,
no chão sumir como faz um verme.

Sem comentários: