segunda-feira, 9 de março de 2009

A Palavra Querida

A palavra "querida", está para
a garganta, como o mel para
a boca e a mulher para o olhar.
Quando um santo do céu, se dirige
a uma santa, de face imaculada
e expressão comovida,
é assim, penso, que ele a deve chamar:

oh!querida!

Querida é um substantivo espiritual,
é um nome.
É um fio emocional de um ouro
cristalino, que se estende e que atrai
um destino e um destino...
Que alinhava e que enleia
uma vida e uma vida.

Não é somente um modo de tratar,
é um nome,
Assim como Izabel, Marina,
Margarida...
No entanto é mais que isso,
é um nome divino,
que em si define um sonho,
um sentimento e um bem.

Querida, não é só uma palavra,
é alguém, alguém que tem a vida
em nossa própria vida.
Querida quer dizer eu mesmo
e mais alguém...

oh! querida!

Querida é um adjetivo estranhamente
feito de carinho, ciúme, adoração,
ternura.
Ninguém dirá "querida" a
uma mulher impura,
pois parte da expressão
fica em ecos no peito daquele
que a usou...

A expressão querida não é
bem para ser falada, nem ouvida.
É para que uma alma pense
e outra a sinta.
Sempre será maldita uma mulher
que minta, em silêncio atendendo
a alguém que assim a chama,
se não se ouviu chamar,
antes que ele falasse,
por um tic no peito e um
carinho na face,
se não é profundamente a
querida que o ama!

Que cruel, que infiel esta
mulher fingida,
que se deixa chamar de querida e,
não ama,

oh!querida!

Querida, quer dizer a que eu amo
e estremeço,
a que é a minha amante,
a minha amiga e irmã,
conheço-a mais que a mim e
a tudo que conheço,
e com ela eu esqueço o
ontem e o amanhã.

A palavra querida é a articulação
do primeiro vagido instintivo
e inconsciente.

É Deus na nossa boca e o céu
na nossa frente,
é ter mundos no olhar, ter
estrelas na mão,
é ser um fio d´água e uma
constelação...
é partilhar da grande
Vida Universal,
é viver, mas viver como anjo
e animal,
é encontrar o espaço e resumir
a vida,
é trilhar confiante uma
senda perdida
é ser quase divino é ser
quase brutal,
é ter uma utopia entre a sala
e o quintal,
é prender-te, sentir-te integrada,
diluída em meus braços, em mim,
infiltrada em meus poros,
depois que eu derrubei os
gigantes e os toros
da floresta do mundo e a
transpus triunfante!

É te chamar "querida" e ver
o teu semblante
transtornado de luz,
uma luz comovida...

É chegares o ouvido ao meu
peito anelante
e ouvir meu coração dizer
de instante em instante:

Oh! querida... querida.

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