segunda-feira, 30 de março de 2009

Solidão

Não sei onde me perdi no dia,
ainda nem era manhã,
minha alma já foi de mim,
como nuvens que dispersam em cores
abstratas como as do arco-íris.


É noite, estou apenas saudade,
um pedaço vazio e outro ansioso,
perdi os pensamentos
em algum lugar distante,
não me lembro onde, mas foi amor.


Guardo as imagens em meus olhos,
de uma noite, de todas,
as bocas, as luzes, a lua, o céu,
tudo apontando cada norte,
meu e dela, uma paixão.


Volto meus olhos e não a vejo,
as mãos buscam o corpo,
nenhum espelho reflete sua imagem,
o sonho parou na porta de entrada,
nenhum som, nenhum amor.


Hoje já não tenho corpo, nem alma,
sou um pedaço de carne inerte,
companheiro das sombras que restaram,
uma esperança sem vida,
ao menos enquanto ela não vier.

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