domingo, 19 de abril de 2009

TIRADENTES: O QUE A HISTÓRIA NÃO CONTOU

O que a história não contou, atrevo-me, com a devida vênia, a dizer, até como desagravo a memória do mártir.
Joaquim José da Silva Xavier, o alferes da milícia da corte, cognominado "Tiradentes". Iniciado na sublime ordem maçônica, onde conheceu a luz menor. Entusiasta, o jovem Tiradentes aprendeu além de outros, o ofício básico de dentista sem cursar nenhuma escola. Usava sua prática gratuitamente pelo prazer de aliviar a dor daquele que necessitasse de seus serviços, sentindo-se feliz por ser útil ao seu semelhante.
Tiradentes ficou órfão de pai e mãe aos 15 anos de idade, ficando sob a custódia de um tio até a maioridade.
Entusiasta da liberdade, gostava de ser livre, como declarado fora em sua iniciação maçônica.
Vendo o povo do Brasil colônia ser demasiadamente explorado pela corte, na extração do ouro, resolveu e tomou por decisão criar um movimento de liberdade. Para tanto escolheu a dedo seus companheiros, irmãos de maçonaria, que perfazia o total de onze, (posteriormente deu-se o nome de inconfidentes). Dentre os onze, além de Tiradentes, fazia parte o poeta Cláudio Manoel da Costa, que se suicidou na prisão. O apaixonado Dirceu, cuja paixão por Marília, sua musa, (inspiradora dos poemas de Cláudio), que ficou conhecida como Marília de Dirceu, foi deportado para a africa. Entre os demais inconfidentes figuravam, Padre Oliveira Rolim, Joaquim Silvério dos Reis, Alvarenga Peixoto, cônego Luiz Vieira da Silva, entre outros.

Toda discussão e plano do movimento dava-se em reuniões discretas, sob a liderança de Tiradentes. Havia um jovem no movimento, Tomas Antônio Gonzaga, que estudava direito nos Estados Unidos da América e sempre era ele o incumbido de contatar o governo americano para obter o apoio ao movimento. O que ninguém sabia, o governo yankee era todo composto por mações, daí a liberdade do enviado do movimento dos inconfidentes ter passagem livre no palácio do governo americano.

UM TRAIDOR NO MOVIMENTO.


O coronel da cavalaria geral, Joaquim Silvério dos Reis, era devedor de uma vultosa quantia ao reino português, por conta do que fez um acordo de perdão da dívida, delatando ao visconde de Barbacena o movimento e seus idealizadores em carta de próprio punho. Aqui abro um parêntese para dizer que, quase sempre o vil metal está acima do caráter e do ideal de alguns fracos homens. Assim como o divino mestre foi traído em troca de dinheiro, Tiradentes também, quase coincidindo com a mesma cena praticada por Judas Iscariotes, dessa vez repetida por Silvério.
Assim, preso foi Tiradentes e seus companheiros, menos Joaquim Silvério dos Reis, o delator.
Tiradentes no ato de sua prisão, cobriu-se com a bandeira que ele mesmo idealizara e desenhara, entregando-se sem reação aos comandados de sua prisão. O presídio da ilha das cobras foi o lar de Tiradentes por três anos, onde sofreu toda espécie de tortura física e mental.
Os demais companheiros de Tiradentes foram condenados ao degredo na África.
Por três anos, todos os dias, Tiradentes era interrogado e torturado, com a promessa de seus torturadores de libertá-lo se assinasse um documento de culpa, delatando seus companheiros, pois se assim o fizesse a carta denunciante de Silvério dos Reis teria mais crédito e validaria sua denúncia por completo, o que Tiradentes recusou-se, assumindo sozinho a culpa pelo movimento. (Aí se denota o caráter do homem iluminado).
Por isso foi condenado pela corte, à morte por enforcamento.

O PALCO DO ESPETÁCULO PÚBLICO.

Montado o palco do espetáculo público na lampadosa, foi Tiradentes conduzido vestido numa túnica branca dos condenados. Caminhou descalço em passos certos e cabeça erguida. Subiu ao cadafalso conduzido por seu executor, o escravo "capitania", de quem Tiradentes havia há tempos aliviado a dor pela extração de um dente enfermo. Perguntado que fora o que desejava antes de morrer, respondeu com um brado de coragem: Se dez vidas eu tivesse, dez vidas eu daria. Pediu à capitania, quando o cadafalso abrisse sob seus pés, montasse em seus ombros. Beijou as mãos do seu executor dizendo-lhe, ó Meu amigo, deixe beijar-lhe também os pés. Capitania chorou, lágrimas viam-se desenhar no rosto negro do escravo. Naquele instante, no mínimo capitania sentia-se o pior dos homens, como escravo obrigado que era, cumprir as ordens que lhe impusera a corte, sendo o executor daquele que outrora se sentiu feliz por aliviar-lhe a dor.
Faça o que tem que fazer, seja breve, disse-lhe Tiradentes.
Abre-se o cadafalso, um corpo rodopia no ar pendurado por uma corda.

O escravo faz o que o mestre lhe pedira. Monta em seus ombros como se cavalgasse o mais belo dos alazões. O corpo desfalece solto no ar já sem vida. Tiradentes não sufocou, não houve tempo para tanto. O peso de seu corpo somado ao de capitania foi mais do que suficiente para romper a primeira vértebra da coluna cervical. Portanto Tiradentes não morreu enforcado como conta a história.
Vozes invisíveis entoaram naquele momento um cântico desconhecido, mas audível pelos presentes. Uma alma iluminada já não habitava mais àquele corpo. Desenhava-se no céu seu trajeto e um portal abria-se, onde na sua entrada seus irmãos o aguardava, conduzindo-o ao trono da Luz Maior do Oriente Eterno.

A CONCLUSÃO DA OBRA.

Trinta anos passados, um jovem príncipe era iniciado na mesma ordem de Tiradentes, onde ali conheceu a verdade. Entre os escritos arquivados de Tiradentes, havia um que dizia: Na minha falta, haverá de vir um homem para concluir minha obra, que é justa, perfeita e bela. E assim, a 24 de agosto de 1822, Dom Pedro I, nos corredores da maçonaria dava o grito de independência do Brasil, para torná-lo público às margens do riacho Ipiranga, em sete de setembro do mesmo ano. Ficando assim o Brasil liberto de Portugal, deixando de ser colônia para ser a grande nação em que se tornou. Concluindo-se aí a obra de liberdade, sonhada por Tiradentes.

O leitor há de convir que, para que um homem vá de encontro e contra as órdens paternas e de seu reino, deve ao menos haver uma razão justa para seu ato. Dom Pedro I amava e idolatrava tanto o Brasil, que para descansar em seu leito de morte, foi necessário que se colocasse um punhado de terra brasileira sob seu travesseiro.


CONSIDERAÇÕES DO AUTOR:

A obra exposta, é de autoria e de inteira responsabilidade do autor, resguardando-se toda e qualquer informação sigilosa e o original do texto.

2 comentários:

Anónimo disse...

Tiradentes teria sido uma "invenção" republicana para a criação de um panteão de heróis nacionais? Haveria maçonaria organizada no Brasil em sua época? Há documentos que comprovem tal fato?

Unknown disse...

Tudo se deturpa, e principalmente a historia , but(mas) é preciso olhar com a suavidade da pomba e a perspicacia de uma serpente, veja Pedro apostolo de Jesus, depoois de nega-lo tres vezes achou-se indigno ser crucificado como o Mestre e pediu para virarem a cruz de ponta cabeça na hoje famosa praça de Sao Pedro. Agora pra falar de maçonaria divagando um pouco pode-se perceber que Tiradentes apenas deu continuaçao a visao de Artur o da tavola redonda, eu na infancia qdo assistia o Zorro via nitidamente Tiradentes, fazendo aqueles soldados portugueses de palhaço imaginava eu. Agora o q mais doeu nao deve ter sido aquele arrastamnento de de seu corpo fazendo sua alma efervercer e sim a indignidade da causa.